Os estudantes da Unesp de Bauru entraram em greve na segunda-feira, 28. A decisão foi tomada em assembléia na qual estavam presentes cerca de 500 alunos das três faculdades do campus (Faculdade de Arquitetura Artes e Comunicação, Faculdade de Ciências e Faculdade de Engenharia).
O principal ponto de pauta dos estudantes é a revogação dos decretos do governador José Serra (PSDB), que ferem a autonomia das universidades públicas. Os decretos também ferem as reivindicações estudantis locais de todas as universidades estaduais paulistas – incluindo a Unesp de Bauru. O critério de repasse de verba de acordo com a produtividade de pesquisas operacionais dificulta a melhoria da assistência estudantil e da infra-estrutura das universidades. Sem contar que o aumento da burocracia, historicamente, dificulta a concretização das reivindicações regionais dos estudantes.
Por isso, é importante lembrar que, apesar da revogação dos decretos estarem entre as principais reivindicações dos estudantes, este é apenas um dos pontos desta mobilização em favor de direitos básicos, como Moradia Estudantil, Restaurante Universitário (RU) e contratação de professores. Sem Moradia e RU, dificilmente os estudantes que vêm das classes menos abastadas podem continuar na universidade. Tal fato colabora para que a universidade pública seja uma instituição freqüentada, majoritariamente, pela classe média e a elite de nosso país - o que vai de encontro ao Estado a serviço de todos.
Na quarta, 30, os professores decidiram apoiar conjuntamente o movimento dos estudantes e dos funcionários - que já estão em greve desde a semana passada. No mesmo dia foi formalizada em assembléia a pauta de reivindicações do movimento estudantil.
Segue a pauta de reivindicações dos estudantes da Unesp – Bauru:
- Revogação dos decretos do governador José Serra.
- Início das obras da Moradia Estudantil.
- Contratação de professores.
- Construção do Restaurante Universitário.
- Construção do laboratório de Biologia.
- Paridade entre professores, estudantes e funcionários nos órgão colegiados.
- Melhoria na Infra-estrutura da universidade.
- Liberação de eventos culturais no campus.