segunda-feira, 14 de abril de 2008

Moção de Apoio à Ocupação da UnB

O CEEUB - Conselho de Entidades Estudantis da UNESP Bauru - manifesta todo o seu apoio à ocupação da reitoria da UNB. Acreditamos que os embates travados desde o início do ano passado - sejam nas Estaduais paulista contra os decretos autoritários do governador José Serra, ou nas Federais afrontando a reforma universitária (intitulada REUNI) do presidente Lula - são fundamentais na luta em prol da Universidade Pública de qualidade.

O caráter da movimentação em Brasília é diferente, inusitado e fundamental. Após sucessivos escândalos de corrupção proporcionados por uma administração pífia, o imprescindível aconteceu: ocupação. Sua importância ímpar se dá por denunciar dentro da universidade pública federal o que o governo Lula reproduziu em outras inúmeras instituições públicas federais ao longo de todo o seu mandato – corrupção e desvio de dinheiro público das mais diferentes maneiras.

A primeira vitória dos companheiros e companheiras da UNB, com a renúncia calculada dos corruptos Mulholland e Mamya, comprova o poderio do movimento estudantil e a capacidade, agora ainda maior, de se avançar. Acreditamos, ainda, numa possibilidade histórica de lutas em 2008 - 40 anos após o triunfante “maio de 68” - iniciada na Universidade de Brasília.

Pelas eleições diretas e paritárias deixamos nosso apoio nesse momento.

FORA BUROCRATAS SANGUESSUGAS DA MÁQUINA PÚBLICA!

FORÇA COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS DA UNB!

RESISTAM!

CEEUB - Conselho de Entidades Estudantis da UNESP Bauru

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Blog da Ocupação da Unb:

www.ocupacaounb.blogspot.com

4 comentários:

Unknown disse...

Eleições diretas para as reitorias
(publicado no http://guilhermescalzilli.blogspot.com)

Salta aos olhos a diferença de tratamento conferida pela imprensa às manifestações promovidas em universidades públicas federais e estaduais.

Nas ocupações das reitorias da USP e da Unicamp (estaduais), realizadas no ano passado, os estudantes foram retratados como vândalos imundos e cínicos. Proliferavam imagens de escritórios bagunçados, barbudos seminus fumando cigarros suspeitos, fazendo churrasco, bebendo. Mesmo a ação truculenta da polícia foi ignorada, assim como as perseguições contra os organizadores dos protestos, violando acordos explícitos que antecederam as desocupações.

Agora, quando os protestos visam a UnB e a Unifesp (federais), os alunos se transformaram na infantaria do bom-mocismo. Aparecem bem trajados, sentados em círculos, a debater com seriedade sua lista de ponderadas exigências. Não há menção a qualquer dano provocado pelas ocupações. Vemos apenas seus rostos serenos, votando em assembléias ordeiras, exibindo cartazes. Mesmo sua teimosia em perpetuar os protestos, após terem suas exigências atendidas, soa como coerência revolucionária.

Claro, de um lado estava José Serra e, de outro, encontra-se Lula. A infra-estrutura podre, a insensibilidade das direções, o peleguismo dos quadros funcionais, as mordomias inexplicáveis e, principalmente, a falta de participação dos estudantes nas decisões administrativas são características comuns a qualquer universidade pública do país, quiçá do planeta. Mas a autópsia das entranhas carcomidas das federais é muito mais interessante do que fazer o mesmo com apadrinhados do PSDB paulista.

Já em 1991, quando ingressei na Unicamp, distribuí pelas salas de aula um manifesto sobre a necessidade de haver eleições diretas e paritárias para reitor. Acusava o DCE de estar preocupado apenas com hedonismo e exigências vazias. E apontava que os males da universidade começariam a ser sanados a partir do momento em que o corpo discente pudesse influir nas decisões tomadas pelos burocratas. Ninguém deu a menor, bola, evidentemente, muito por causa da pura e simples impossibilidade prática de se instituir aquelas mudanças.

O problema persiste. O PSDB chega ao quarto mandato seguido em São Paulo sem permitir procedimentos eleitorais sérios durante a sucessão dos reitores. Quem manda é o governador, que controla a polícia e o orçamento, empossa secretários, diretores e reitores, e estende seu domínio através dos milhares de cupinchas de gabinete, especializados em ouvir reivindicações, balançar as cabeças, tecer comentários assertivos e esquecer tudo.

A grande imprensa paulista escancara com gosto o cartão corporativo dos reitores federais (cujos gastos são públicos por natureza), mas morre de medo de investigar esses gigantes administrativos que são a USP, a Unicamp e a Unesp, onde proliferam sistemas de apadrinhamento na distribuição de benefícios, bolsas, viagens, cessões de espaço comercial, vantagens em concursos e editais.

As organizações estudantis dessas universidades paulistas demonstrariam habilidade estratégica se aproveitassem o momento e lançassem protestos semelhantes, coordenando as reivindicações com seus colegas das federais. Seria uma mobilização conjunta, a nível nacional, pela instituição do voto direto e paritário para as reitorias. A plataforma é imbatível, se discutida seriamente. A jogada impediria que os alunos das federais fossem usados como inocentes úteis pela mídia partidarizada. E esta, pega de surpresa, seria constrangida a promover o debate.

Pois é. Onde estão os DCEs, quando mais se precisa deles?

Anônimo disse...

Gente até quando o movmento do campus vai ficar com essa cara de paisagem? não se sabe de nada que o DA e os CAs vem fazendo. Parem pra se perguntar o seguinte, para quem vocês fazem movimento estudantil? por que pelo que parece é apenas para passar o tempo de vocês. Espero que até eu me formar possa ver esse mvimentoe studantil fazer alguma coisa.

Unknown disse...

Olá
Participei do Movimento durante a greve no ano passado e oficialmente não se disse mais nada sobre os decretos.

Alguém poderia me dar alguma informação substancial?

Anônimo disse...

Caio, a última informação que tive é que a Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra a transformação de uma Secretaria de Turismo em Secretaria de Ensino Superior estava correndo na Justiça e teria de passar pelos pareceres de 25 desembargadores.
Nossa Justiça não dá as respostas que queremos a tempo. Depois ainda eu encontro estudante fazendo discurso legalista por aí...