terça-feira, 6 de novembro de 2007

Quinta no Bosque Especial Contra a Repressão


A partir das 17h30 do dia 08 de novembro, irá ocorrer um Quinta no Bosque Especial Contra a Repressão.

O evento faz parte de um resolução tirada no CEEUF, recomeondando a realização de atos contra a repressão em todos os campi da Unesp, no dia 08.

Em Bauru, o Quinta no Bosque Especial terá a apresentação de bandas, grupos de teatro e performance, além de filmes relacionados ao tema.

Participe!

Quinta-feira, dia 08, às 17h30! Sem hora para acabar!

Moção de Apoio FSA

O Diretório Acadêmico "Honestino Guimarães" e o movimento estudantil do CUFSA, de Santo André /SP, que exige antes de mais nada "Fora Odair Bermelho" e a reforma universitária , representado pela comissão de comunicação, vem a público declarar o seu apoio à UNESP-BAURU, pelos estudantes heróicos que tiveram a coragem de se levantar contra a precarização e desumanização do ensino em sua universidade e em nosso país.

Viemos também declarar que estamos juntos na luta contra o REUNI, que somente servirá para legitimar as tão comuns medidas de sucateamento do ensino superior que temos presenciado nas universidades pelo país.

Temos que conscientizar a população de que esta luta é de todos e que é de suma importância a participação da sociedade nestas discussões.

Sigamos em luta até a vitória!
Ocupantes da FSA
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Blog da ocupação da Fundação Santo André:

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Artigo de Opinião sobre o CEUF III

O artigo publicado abaixo é de responsabilidade de seu autor. O Greve Não É Férias não se posiciona com relação ao seu conteúdo e aceita outras contribuições opinativas sobre o CEUF.

Congresso Unesp Fatec: Avanço?

Com certeza sim! Embora a plenária final tenha sido truncada e desanimadora para qualquer estudante que tenha ido pela primeira vez a um congresso estudantil, esse XIX CEUF foi certamente produtivo. Só o fato de ele ter terminado normalmente sem ter "explodido" (quando tem uma confusão muito grande que acaba com o congresso sem ele ter acabado de fato) já representou um grande avanço em relação às edições anteriores.

Além dele se manter em pé até o fim, o Congresso tirou importantes resoluções que podem nortear não só o movimento estudantil do estado de São Paulo, mas todo o movimento social desse Estado. Dentre as resoluções, destacamos duas: Campanha contra a repressão e mudança na organização do DCE.

Repressão
A principal resolução do congresso foi iniciativa de tentar organizar estadualmente uma forte campanha contra a repressão que todos os movimentos sociais, que se colocaram em luta no primeiro semestre, estão sofrendo. Corte de pontos no Incra, 63 demissões no Metrô, sindicância na USP, perseguição na Unicamp, condenação a 2 anos de prisão para 3 estudantes da UNESP-Araraquara, borrachada na Fundação Santo André, Cosipa etc. E como se não bastasse, nosso "companheiro" Lula quer restringir a greve, nossa única arma frente ao capital.

De concreto, o congresso tirou:um ato no dia 8 de outubro em Araraquara durante reunião da Congregação que votará novas punições; incorporar na Marcha a Brasília contra as Reformas, do dia 24/10, a bandeira da repressão; atos no dia 31/10; organizar um comando estadual contra a repressão com delegados eleitos em assembléias de base com direito a voto e aberto a todos que queiram participar (proposta de um delegado a cada 50 participantes: de 1 a 50 = 1 delegado, de 51 a 100 = 2 delegados);

A idéia não é somente o movimento estudantil da Unesp/Fatec participar dessa campanha, e sim dar o pontapé inicial chamando os estudantes da USP, Unicamp, Fundação Santo André, Conlute, Intersindical, Conlutas, trabalhadores do Metrô, Incra, Cosipa, e até mesmo CUT e UNE.

Diretoria do DCE
Uma outra resolução muito importante que saiu desse CEUF foi a mudança de como é eleita a diretoria do DCE. Antes ela era eleita por urna em cada unidade, por chapa e proporcional (ou seja, a chapa elegia o número de diretores conforme a proporção de seus votos). A tese que os membros da Juli-RP assinaram tinha uma proposta bem clara de mudança: Horizontalização da estrutura de poder do DCE de forma que a diretoria executiva fosse composta por delegados, revogáveis, eleitos por assembléia de base em cada campi.

A proposta de horizontalização representou um embrião de um novo conceito de organização e não foi colocada de forma fechada, mas sim aberta para a discussão e novas sugestões dos estudantes. Com isso conseguimos uma grande adesão, mas detalhes como o quorum mínimo das assembléias e as datas limites para a realização das assembléias tiveram que ficar para serem discutidos na próxima reunião do conselho de entidades que será nos dias 27 e 28 em Franca. Neste CEEUF também será definida a forma que elegeremos os representantes discentes no Conselho Universitário.

Não temos nenhum fetiche por esse novo modo de organizar o DCE, muito menos achamos que somente com isso resolvemos nosso problema. Esse foi apenas o primeiro passo para um DCE mais atuante, mais democrático e presente na realidade de cada campi. De nada adianta uma forma de organização que julguemos ideal se o movimento não o fizer valer.

As últimas gestões encabeçadas pela UJS mostraram a importância de termos decidido por delegados revogáveis e não uma diretoria fixa por 2 anos. Eles (UJS) faziam o que bem entendiam no alto de seus postos de diretores, desrespeitando todas as resoluções dos Congresso. Luta CONTRA a Reforma Universitária proposta pelo Lula, virava luta PRÓ Reforma Universitária, só para citar um exemplo. Além de estarem completamente alheios a realidade dos estudantes "normais" em cada campi. Não estamos falando que agora é impossível acontecer esses atropelos, mas as chances disso voltar a acontecer diminuíram consideravelmente, levando em conta que a primeira mancada, a base pode revogar imediatamente o delegado e escolher outro que os represente melhor, leve realmente as propostas da base e não de sua cabeça.

CEEUF
O CEEUF, que acontece dias 27 e 28 de outubro em Franca, além de definir como se dará eleição dos delegados pelas assembléias de base, irá definir como serão realizadas a eleição dos RDs para o C.O. (Conselho Universitário) também irá encaminhar a campanha contra a repressão. Lembrando que o CEEUF é uma instância em que as entidades (D.A.'s, C.A.'s,...) tem voto, mas é aberta e todos estudantes têm voz.

C.O. (Conselho Universitário)
Não há nada no estatuto ou regimento da Unesp dizendo claramente que um aluno da Fatec não pode ser representante discente. "É uma armadilha esse estatuto da Unesp e as portarias que dispõem sobre isto. Fato é que em momento nenhum existe representante discente exclusivo da Unesp, porém na hora de citar os locais onde serão os representantes, também não cita as Fatec's como locais", explica Rafael Furlan da Unesp Ourinhos.

Por um tempo o superintendente do Ceeteps fez parte do C.O. mesmo o estatuto não prevendo isso. Por isso acreditamos que a deliberação do CEUF ("Que seja garantido o direito aos estudantes da Fatec a participar do Conselho Universitário da Unesp através da reformulação do estatuto da Unesp.") não representa qualquer diretriz de luta para o DCE, afinal, se é pra os estudantes esperarem a boa vontade da Unesp reformular seu estatuto para abrir o conselho para os fatecanos é melhor nem perdemos tempo nessa luta.

A proposta não era lutar para mudar o estatuto (luta inglória e burocrática), e sim indicar pelo menos um aluno de Fatec e outro de Campus Experimentais da Unesp mesmo que a revelia da reitoria ou do próprio Conselho Universitário.

Por falar em burocracia, teve gente que invocou o Código Civil para não alterarmos o estatuto de nosso DCE. Por mais que tivessem pessoas que estavam sinceramente preocupadas com tentativas de terceiros em revogar todo o Congresso através da Justiça. Não justifica, não precisamos nos pautarmos nas leis da democracia burguesa para ver como iremos nos organizar. Imagine como seria para o movimento negro se organizar enquanto ainda eram escravos, numa assembléia ninguém teria voz muito menos voto, a mesma coisa no movimento feminista antes de conquistarem direito ao voto, os sindicatos em épocas que a organização operária foi proibida, qualquer movimento social durante uma ditadura, ou o próprio movimento estudantil no primeiro semestre, que lei lhe garantia o direito de ocupar as reitorias?

Por muito tempo escutamos também que os Grêmios, Centros Acadêmicos etc não poderiam se organizar de forma horizontal, sem presidente, vice..., porque a Constituição não permitia. Azar o dela, nos organizamos do modo que acharmos melhor, isso se chama INDEPENDÊNCIA.

Organização
Uma crítica feita ao congresso se deu em relação ao seu custo (18 mil reais). Mas, infelizmente tais críticas não vieram acompanhadas da origem de tais custos. É importante ressaltar que a direção da Unesp de Bauru não permitiu que os estudantes se alojassem no campus e alugou o clube da polícia militar, que ficava longe do campus, para servir de alojamento. Tal atitude implicou não só no custo do aluguel mas também em custo com transporte dos estudantes.

Fora isso dentre o custo do congresso está contabilizado alguns fretamentos de ônibus que a reitoria fez a fim de "agradar" o movimento estudantil após um radicalizado primeiro semestre com greves e ocupações.

No saldo final só temos que parabenizar a organização, principalmente os estudantes e Bauru que rebolaram para nos disponibilizar as melhores condições possíveis para a realização dos debates, paineis e plenária final. Cabe também um agradecimento especial aos funcionários do Restaurante Universitário que nos forneceram a melhor comida já degustada em um encontro de movimento estudantil ou social.

Uma crítica fica para a fraca divulgação do congresso, erro já reconhecido pelos organizadores, e a má escolha da data, afinal, se o congresso fosse realizado em um feriado de 3 dias seria possível melhorar ainda mais a discussão dando mais tempo para os problemas de cada campi e ainda sobrar um tempo para conhecermos a cidade sede.

Fábio Pinto é estudante da Fatec Praia Grande e membro da Juventude Libertária da Resistência Popular

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Enfim, o laboratório do Biologia

Em visita ao campus de Bauru na última quinta-feira (4 de outubro), o vice-reitor, Herman Voorvald, afirmou que a verba para a construção do novo laboratório de biologia já foi liberada. A construção do prédio deve começar ainda em 2007.
Em breve, o GNEF trará mais informações sobre o caso.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Artigo de Opinião sobre CEUF II

O artigo publicado abaixo é de responsabilidade de seu autor. O Greve Não É Férias não se posiciona com relação ao seu conteúdo e aceita outras contribuições opinativas sobre o CEUF.

Balanço do CEUF
O princípio e o fim

Só pra começar a avaliar o Congresso, acho importante refletir sobre alguns pontos, sendo que o principal é: como e para quê deve organizar-se o movimento estudantil?

Pra isso, tentemos relembrar o primeiro semestre. Antes mesmo do início das aulas, o governador José Serra se posiciona claramente em relação às Universidades estaduais paulistas, lançando decretos que impedem contratação de professores e funcionários, restringem ainda mais o orçamento e interferem na autonomia universitária. Antes mesmo do início das aulas, portanto, muitos de nós estávamos analisando a conjuntura política estadual e concluindo que a política do governo ia na contramão daquilo que o Movimento Estudantil historicamente reivindica: ensino de qualidade para todos.

Essa análise de conjuntura, seguida de assembléias, discussões, greves, ocupações e manifestações, mostrou que, assim como o governador, o ME também se posiciona claramente em relação aos ataques que sofre.

Mas quando o Serra lança seus decretos, ele não atinge apenas as universidades, mas quase a totalidade do funcionalismo público paulista. As políticas para a educação estão interligadas às políticas para todas as áreas. Então, de que adianta reivindicar mais professores, mais verbas, mais laboratórios, mais qualidade de ensino, sem pensar em uma lógica de sociedade onde isso é possível?

E qual era a situação da organização estudantil naquele momento? Unesp e Fatec estavam há dois anos sem DCE, mas USP e Unicamp possuíam, sim, entidades eleitas de acordo com seus respectivos estatutos. Mas o DCE da USP, comandado por militantes do PT, nem a favor da ocupação era (mesmo num contexto estadual, onde, diante do governo do PSDB, o PT ainda tenta se colocar como esquerda). O da Unicamp, comandado pelo PSOL também não fez nada para contribuir com a mobilização real dos estudantes de sua base. Exemplos de que nada adianta uma organização burocrática como manda o figurino se ela estiver deslocada de sua base. Mas as dificuldades de articulação durante a greve mostram também a necessidade de uma nova organização.

Então, quando começamos a organizar esse CEUF, a preocupação era garantir um espaço onde fosse possível refletir e discutir sobre a realidade da qual fazemos parte e nos posicionarmos sobre ela. Como fazer isso? Propusemos um grupo de discussões sobre conjuntura nacional e estadual. E no grupo, há liberdade para expor e propor posicionamentos, que acabam funcionando como norte do próprio movimento. Isso não é brincar de Che Guevara ou querer salvar a baleia azul. Mas é óbvio que surgem propostas muitas vezes inúteis, às vezes incompreensíveis, às vezes desnecessárias. É impossível podar as pessoas. Cabe à plenária julgar, para que conste no conjunto de resoluções do Congresso, as bandeiras e os posicionamentos que contemplem a maioria dos estudantes presentes. Não tem como alguém ficar lá controlando tudo que é proposto, tudo que é votado. É um trabalho coletivo, é difícil haver consenso, mas não dá pra achar que tudo tem um culpado X ou Y, ou é manobra de partido, ou isso ou aquilo. As pessoas têm direito de se expressar e propor, e algumas não têm muito bom senso mesmo, é preciso um pouquinho de paciência também...

Falam em falta de maturidade. O ME é efêmero e policlassista. Mais do que qualquer movimento ou grupo de pressão, é completamente heterogêneo. É muito complicado exigir que ele aja de forma “madura”. Estou no terceiro ano, e só agora começo a entender como algumas coisas funcionam. No CEUF de 2005 eu era delegada e mal conseguia distinguir bem os posicionamentos ou entender o que estava acontecendo. E acho que isso vale pra muita gente. É difícil acumular alguma coisa para o movimento, se a participação das pessoas é tão passageira.

Daí o meu balanço...

Sobre as deliberações da Plenária em relação ao DCE e o Estatuto.

Optar por um DCE formado por delegados eleitos em assembléias de base é justamente a resposta dos estudantes à experiência do primeiro semestre e dos últimos anos, em que direções descoladas da base tomavam o aparato para si e de nada serviam para a articulação das lutas contra o sucateamento do ensino e por uma sociedade onde seja possível ensino de qualidade para todos.

Quanto a definir os tramites das assembléias durante um Conselho de entidades, quando poderíamos ter decidido isso no próprio CEUF, acho bastante preocupante. Depois de ter sido votado que NÃO queríamos um DCE provisório, formado por entidades, delegamos a esse Conselho a tarefa de organizar as assembléias. Além de perder um momento muito mais representativo (o CEUF), isso atrasa ainda mais a definição do DCE.

Agora, quanto ao Estatuto, acho que nada adiantaria votarmos artigo por artigo, com 2/3 de aprovação para cada ponto, se o que pretendíamos de mais importante para o nosso DCE é que ele seja um instrumento verdadeiramente a serviço do ME. Nós mudamos o Estatuto e mudamos também a lógica do movimento estudantil, de uma vez só. Isso pode não estar de acordo com a Constituição, mas não é a lei que define e coordena nossas ações. Não foi a Constituição que determinou “ocupação de Reitoria é permitida uma vez que o (a) Reitor (a) recusar-se a dialogar com os estudantes”. Não foi também por causa da Lei que o Reitor liberou R$18.000 para realizar esse Congresso, mas devido à pressão do primeiro semestre. Não foi através da reivindicação de 10 representantes discentes em um CO que as moradias e restaurantes universitários existentes nos campi da Unesp foram construídos. Foi através de pressão.

Por outro lado, uma coisa que ficou evidente aqui em Bauru, e que provavelmente vale pros outros campi também, é que nós fomos totalmente incompetentes para divulgar o Congresso. E não me refiro apenas a quantos cartazes foram colados. Durante a greve, quantas pessoas fizeram parte de comissões, foram às manifestações. E quantas dessas pessoas estavam aqui no CEUF?

Sabíamos desde o início do ano o quanto tínhamos que nos preparar para esse Congresso. Marcamos grupos de discussão com facilitadores, mas não os divulgamos. Passamos em salas somente na última semana, apenas para “coletar assinaturas”. Será que não tínhamos capacidade para fazer um trabalho melhor? Eu acho que sim. Nem precisaria fazer muita coisa. Se não tivessem ficado tão poucas pessoas com tanta coisa pra fazer, daria pra pensar melhor em como fazer essa construção como um todo.

Natália Mantovan é estudante do terceiro ano de jornalismo da Unesp-Bauru, membro do Centro Acadêmico de Comunicação Florestan Fernandes (Cacoff) e uma das organizadoras do CEUF 2007.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Artigo de Opinião sobre o CEUF

O artigo publicado abaixo é de responsabilidade de seu autor. O Greve Não É Férias não se posiciona com relação ao seu conteúdo e aceita outras contribuições opinativas sobre o CEUF.

Brincando de Che Guevara
Congresso Unespiano evidencia necessidade do Movimento Estudantil se repensar e abolir a ingenuidade

Três dias e R$18 mil reais depois, o CEUF (Congresso Estudantil da Unesp e Fatec) terminou com a implementação de poucas mudanças significativas na organização do movimento estudantil. Discursos vazios, picuinhas entre integrantes de partidos políticos e a insistência em gastar horas e mais horas debatendo temas alheios à pauta estudantil, fizeram com que as questões de fato mais relevantes para os estudantes não fossem debatidas ou fossem votadas a toque de caixa.

A falta de professores nas Unidades Diferenciadas, os cortes de verbas de pesquisa, a meia passagem de ônibus para estudantes, a carência de assistência estudantil (tal como moradia, R.U. etc.) não foram sequer mencionados na plenária do dia 30. Em vez disso, membros de diversas organizações ligadas a governos, sindicatos de outras categorias e partidos políticos (tais como a Conlute, do PSTU, e a UJS, do PCdoB) fizeram entrar na pauta ao longo de todo o encontro temas como etanol, maioridade penal, uma suposta repressão às mulheres nas Fatecs, o fim da Minustah, e bateram boca se Hugo Chávez é "do bem" ou "do mal". Muito interessante debater essas coisas, mas em eventos, fóruns, salas de aula e mesas de bar, reservadas para este fim. Ou alguém realmente acredita que Bush e Lula desistiriam de seus acordos energéticos bilionários porque alguns jovens e adolescentes reunidos no interior paulista assim o querem?

O resultado é que a maior parte do mecanismo do novo DCE (Diretório Central dos Estudantes), órgão máximo de representação estudantil, não foi decidido pelo CEUF, uma reunião da qual poderia participar qualquer estudante que se candidatasse a delegado, sem necessidade de pertencer a alguma entidade. Os aspectos ainda pendentes, tais como mecanismo de controle, periodicidade de mandato e organização do processo de eleição ficará a cargo de um conjunto de "notáveis" membros de entidades que se reunirão em Conselho no campus de Franca nos próximo dias 27 e 28. Mantivemos a tradição de fazer reunião para marcar mais reunião.

Se o movimento fosse mais maduro, não precisaria refundar o DCE tantas e tantas vezes e já teria essa instituição solidificada e com voz ativa, podendo fazer muito mais pela categoria estudantil. Infelizmente, aqueles que gostam de ficar brincando de Che Guevara acreditam ser capazes de salvar o mundo inteiro, dos sem-teto à baleia azul (passando, é claro, pelo proletariado mexicano), mesmo demonstrando incompetência em garantir R$ 1,00 de desconto no transporte coletivo. O movimento estudantil precisa voltar a ser o Movimento Estudantil. Quando estiverem organizados o suficiente, aí sim, talvez um dia os estudantes possam apoiar ou não o movimento separatista tamil no leste do Sri Lanka.

Como única vitória dos estudantes pode-se destacar o fato de que agora as eleições do DCE será feita escolhendo-se um representante por campus. Antes era feita pela eleição com lista fechada de modo que os estudantes votavam em pessoas que nem mesmo conheciam. Assim, muitos campi ficavam sem representação e as organizações que recebem verbas de partidos e afins eram as únicas com condições de fazer campanha e viajar pelos campi para "fiscalizar" as eleições. Isso tornava a fraude algo fácil de acontecer. Os campi com vocação mais independente, isto é, onde os estudantes não são subservientes a nenhum partido, ficavam reféns desse poderio econômico dos partidos, e jamais conseguiam voz.

Ainda há um longo caminho a ser percorrido. O movimento estudantil precisa se repensar para atingir resultados práticos. A primeira coisa a ser feita é fazer os imaturos que pensam ser redentores de todo o universo entenderem que a "luta" é o meio e não tem o fim em si mesmo. Só assim os estudantes conseguiriam conquistar aquilo que demandam de verdade. Resumindo: mais racionalidade e menos papo-furado.

Leandro Cruz é professor e historiador formado pela Unesp-Franca, atualmente cursa Jornalismo na Unesp-Bauru

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Eleição por assembléia, uma grande mudança

No fim das contas, o décimo oitavo CEUF serviu para fazer uma grande mudança no estuto: a eleição por assembléias de base.

Com o antigo modo de eleição por chapas, com urnas sendo passadas de campus para campus, algumas injustiças aconteciam. Fraudes e vantagens para quem tivesse o melhor aparato eleitoral para percorrer o Estado em um mês de eleição eram as principais. Porém, também há a possibilidade de "racha" no DCE e burocratização com o método de assembléias de base.

A ex-membro do DCE e militante da Esquerda Marxista, do PT, Juliana Leitão, afirma que há dificuldades em eleições organizadas por assembléias de base. "Fica muito desfragmentado. há muita chance de dar errado", diz.

Já a independente Natália Mantovan acredita que, deste modo, "o DCE vai representar o movimento estudantil", já que cada campus terá o seu representante no DCE.


O que faltou no CEUF 2007 foi a discussão dos critérios eleitorais para a eleição do DCE. Esses pontos foram prorrogados para o CEEUF (Conselho das Entidades Estudantis da Unesp e Fatec), que ocorre em Franca, nos dias 27 e 28 de outubro.

Apesar da excessiva demora para votar assuntos menos importantes durante a assembléia, o processo eleitoral está encaminhado e, no meu modo de ver, de maneira mais justa.

Alberto Cerri

Plenária Final

No último dia de congresso (30), a plenária final estava marcada para começar às 8h, no Guilhermão, mas problemas organizacionais atrasaram bastante o cronograma.

A plenária começou às 11h com a discussão sobre aceitar ou não o credenciamento de alguns campi que haviam esquecido documentos (Marília e Rio Preto). Depois do almoço, a plenária decidiu que o credenciamento seria aceito e a mesa propôs um encaminhamento da pauta que deixava as questões referentes ao DCE e seu estatuto para o final da tarde.

O estudante Luiz Augusto (Goiaba), de Bauru, propôs outro encaminhamento (começar com DCE, estatuto e repressão). Sua proposta foi aceita e a discussão teve início. Porém surgiu a constatação de que, para fazer qualquer mudança estatutária seriam necessários dois terços dos votos dos delegados. Estava feito o impasse: votar a mudança estatutária por dois terços uma vez e mudar os demais itens por maioria simples ou votar todas as mudanças (uma por uma) por dois terços? Depois de tanta obstrução (cerca de duas horas sem nenhuma votação), a estudante Tchela, de Franca, propôs "desencanar" do estatuto e votar as bandeiras do movimento estudantil, o que foi aceito pela plenária. Além disso, a mesa foi destituída e outro estudantes a compuseram.

No início das votações das bandeiras de luta, o estudante Leandro, de Bauru, fez uma fala pedindo mais comprometimento da plenária. "Vamos ter mais responsabilidade! Primeiro vamos votar o estatuto e o DCE, depois a gente brinca de salvar o mundo", afirmou o estudante, em tom irônico. Mesmo assim, as votações das bandeiras continuaram ate às 17h40.

Deliberações - DCE
As deliberações com relação ao DCE e ao estatuto foram as seguintes:
- Assembléias de base elegem os membros do DCE (e não por chapa como era antes);
- Não será eleito nenhum DCE provisório;
- Marcado um CEEUF (Conselho das Entidades Estudantis da Unesp e Fatec) para os dias 27 e 29 de outubro, em Franca, que decidirá os critérios para eleição do DCE;
- O DCE terá caráter deliberativo;
-É necessário ter 25% dos campi (e não 50% como determinava o estatuto) para chamar um CEUF;
- Os campi desmobilizados não terão necessidade de quórum mínimo para elegerem delegados.

Socialismo do Século XXI

O painel com o tema "Socialimo do Século XXI", uma das atividades mais esperadas do CEUF, teve início às 21h do sábado, dia 29. Os debatedores presentes foram Ricardo Festi, mestrando em Sociologia pela Unicamp e militante da LER-QI (Liga Estratégica Revolucionária Quarta Internacional); e Caio Dezorzi, ator, professor, arte-educador, formado em Artes, ex-membro do DCE da Unesp e militante da corrente "Esquerda Marxista" do PT (Partido dos Trabalhadores). O mediador foi o professor do Departamento de Ciências Humanas da Unesp Bauru, Maximiliano Vicente.

O painel começou com o militante do PT fazendo diversas críticas ao governo de Hugo Chávez, considerando que o venezualeano é "um pequeno burguês nacionalista". Mesmo assim, Dezorzi acredita que há um processo revolucionário no país. "A Venezuela é um Estado burguês onde a burguesia não domina. Apesar de tudo é um governo revolucionário". Caio ainda apontou projetos do governo Chávez como reforma agrária, fechamento do canal RCTV como pontos revolucionário do governo. Para o petista, apenas parte da burguesia venezuelana se beneficia com Chávez.

Ricardo Festi defendeu o argumento de que Chávez é tão burguês quanto vários governos conhecidos (Perón, Vargas, etc), além de ser populista. Para o militante da LER-QI, o venezuelano organiza medidas que enganam os esquerdistas no mundo inteiro, pois quem realmente se beneficia do grande aumento econômico que ocorre no país é a burguesia. Festi também falou sobre a repressão que alguns trabalhadores de fábricas sofreram da Tropa Nacional de Chávez. Além de dizer que as nacionalizações são uma falácia, pois o número delas com relação ao tempo de mandato de Chávez é irrisório.

Perguntas
As perguntas da platéia acabaram sendo dominadas por estudantes partidários (o que tornava a pergunta um discurso político). Depois de um tempo, alguns independentes se manifestaram contra essas perguntas que serviam para demarcar posições partidárias.

As questões mais centrais do debate com a platéria foram: "o que fazer com o petróleo?" e "combater Chávez não seria se aliar à direita?".
Dezorzi afirmou que o petróleo tem que ser vendido para que o povo se beneficie e sim, combater Chávez neste momento é se aliar à direita.
Festi disse que o petróleo deve ser substituído e que ele só enriquece os ricos na Venezuela. Como Chávez é membro da burguesia e trabalha para ela, ele deve sim ser combatido.

Sem dúvidas, o debate serviu para os estudantes compreenderem melhor a conjuntura internacional.

O início do CEUF

Com cerca de 250 estudantes de 18 campi* da Unesp e da Fatec, o Congresso de Estudantes começou com o credenciamento dos delegados na sexta-feira, dia 28.

No segundo dia de CEUF, a manhã começou com cerca de 6 grupos de discussão debatendo "Conjuntura Nacional e Estadual". Porém, como a principal questão do congresso era a mudança de itens do estatuto do Diretório Central de Estudantes, por diversas vezes o tema acabou em DCE (pelo menos no GD em que este repórter se encontrava).

Após o almoço, as discussões sobre o estatuto do DCE finalmente puderam ser travadas sem nenhum impedimento. Na grande maioria do GDs, o estatuto da Unesp foi lido e os estudantes presentes puderam destacar pontos que gostaria de mudar ou de ter mais esclarecimento. As principais discussões ficaram na questão do modo de eleição da diretoria do DCE: uns diziam que ela deveria ser formadas por chapas que percorreriam os campi em processo eleitoral e outros defendiam a eleição de um representante por campi, sem que chapas fossem formadas.

Alberto Cerri

*campi presentes: Unesp (Araraquara, Franca, Botucatu, Marília, Rio Preto, S. Vicente, S.J. Campos, Ourinhos, Presidentes Prudente, Rio Claro, Rosana, Araçatuba, Guaratinguetá) Fatec (São Paulo, Sorocaba, Praia grande e Santos). OBS: nem todos os campi tinham delegados.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Reitor aprova a planilha de gastos do CEUF

Na última segunda-feira (24/09), o atual presidente do Grupo Administrativo do Campus de Bauru (GAC), Henrique Luiz Monteiro, levou a planilha de gastos do CEUF (elaborada por membros do movimento estudantil) à reitoria da Unesp, em São Paulo, para que fosse aprovada pelo reitor.

A aprovação veio. O valor total do evento é de 18 mil reais. Achou caro? O que fez o orçamento ficar tão alto foi a negação do GAC em liberar as dependências do campus de Bauru para que os participantes do congresso se alojassem. Resultado: gastos de 6 mil reais com alojamento e de 2 mil reais de transporte que poderiam ter sido evitados. O presidente do GAC afirmou que não havia condições de acampar os alunos nas quadras nem nas salas de aula.


O reitor determinou que as três faculdades do campus de Bauru arquem com as despesas no momento. A reitoria irá reembolsá-las depois.


E o resto do dinheiro?
Basicamente, o resto do dinheiro vai ser gasto em: impressão do caderno de teses (cada delegado receberá um), alimentação (café da manhã, almoço e janta por dois dias) e locomoção dos palestrantes.

Grupo de Discussão sobre o CEUF

Para quê serve o CEUF? Quais são as teses que participam no congresso? Como se tornar um delegado? Para quê serve um delegados? O que é o DCE? Quando serão abertas as eleições para o DCE?

As respostas para essas e outras questões você só vai descobrir se for ao
Grupo de Discussão sobre o CEUF 2007, que ocorre hoje (terça-feira-25/09), às 17h30, em frente à biblioteca!


Compareça e tire suas dúvidas!

domingo, 23 de setembro de 2007

Para quê serve uma tese?

Uma votação importante que vai ocorrer durante o CEUF 2007 é a da tese. Mas afinal de contas, para quê serve uma tese?

Basicamente, a escolha da tese serve para definir quais serão as principais bandeiras de luta do movimento estudantil da Unesp e Fatec.

Qualquer grupo de estudantes Unesp ou Fatec (com o mínimo de 10 membros) teve até o último dia 17 de setembro para elaborar sua tese.

Na plenária final, que ocorre no último dia de congresso, (30 de setembro) a nova tese será escolhida.

As teses serão divulgadas durante o evento. Durante esta semana, o Greve Não É Férias irá disponibilizar os links de todas as teses.

Preço
Para participar do CEUF 2007, o interessado deve pagar cinco reais.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Cartaz CEUF

Está pronto o cartaz do CEUF. Confira!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Informações iniciais sobre o CEUF

A partir desta semana, o Greve Não É Férias começa a cobertura do Congresso Estudantil da Unesp e Fatec (CEUF), que ocorre em Bauru, de 28 a 30 de setembro, no campus da Unesp.

O CEUF é o órgão máximo de decisão e debate dos alunos da Unesp e Fatec. É no congresso que será iniciado o processo eleitoral para a reabertura do Diretório Central dos Estudantes. Resumidamente, o CEUF de Bauru tem o objetivo de estruturar o movimento estudantil da Unesp e Fatec.

Pontos de Pauta

Os pontos de pauta do CEUF estão dispostos na seguinte ordem:

  • Conjuntura Nacional e Internacional com o tema “Socialismo no século XXI na América Latina”
  • Grupo de Discussão com o tema Diretório Central de Estudantes (DCE) e Estatuto
  • Plenária Final

Mantenha-se informado sobre os acontecimentos do CEUF pelo Greve Não É Férias.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Você sabe o que é Plano de Ensino?

Plano de ensino é um documento elaborado pelos departamentos da sua faculdade para cada disciplina que você cursa. Nele, estão discriminados:
  • ementa: é um resumo curto sobre o motivo da existência da disciplina. Ela não pode ser alterada.
  • conteúdo programático: é mais longo e dividido em tópicos. Nele, devem estar expostos todos os assuntos abordados pela disciplina.
  • objetivos: deve detalhar as capacidades apreendidas pelo aluno após o término da discplina.
  • bibliografia: livros e textos de apoio que deverão ser utilizados.
  • método de avaliação: deve informar quais serão os critérios do professor para avaliar se os alunos apreenderam o conteúdo.
É muito importante exigir esse documento de seus professores logo na primeira aula do semestre. Com o plano de ensino, você pode evitar que professores alterem o conteúdo da matéria ou passem conteúdos que não foram planejados. O conteúdo programático é um direito seu! Exija!

Último dia para votar no plebiscito

Hoje (quinta-feira, dia 6) é o último dia para o estudante da Unep Bauru votar no plebiscito pela reestatização da Companhia Vale do Rio Doce. As urnas estão localizadas nas cantinas da universidade nos períodos da manhã, da tarde e da noite. Vote!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Plebiscito da Vale em Bauru

O plebiscito nacional pela reestatização da Companhia Vale do Rio Doce já começou! Entre os dias 1 e 7 de setembro, as entidades organizadoras do movimento disponibilizam urnas em cidades de todo o Brasil para que a população responda a 4 perguntas.


Na Unesp de Bauru, o plebiscito também será realizado. As urnas localizadas nas cantidas da universidade estão abertas à votação, que ocorre de hoje (dia 4) até quinta-feira (dia 6).

Participantes do movimento estudantil estarão de plantão nos locais das urnas para informar os estudantes sobre os motivos do plebiscito.

Participe!

Mais informações: www.avaleenossa.org.br

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Plebiscito e Quinta no Bosque

A Unesp Bauru será um dos locais em que o plebiscito pela reestatização da Companhia Vale do Rio Doce será feito. A Fernanda (Bunny) compareceu em uma das reuniões gerais da campanha "A Vale é Nossa" e confirmou a participação do nosso campus na campanha. O plebiscito surgiu da iniciativa de diversas organizações, entre elas a Via Campesina, o jornal Brasil de Fato e Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra.

Uma comissão foi formada na última reunião do CEEUB (Conselho das Entidades Estudantis da Unesp Bauru) para organizar o plebiscito. O Greve Não é Férias informará, em breve, mais detalhes.

Entrem na página do movimento para terem mais informações e opiniões sobre a campanha: www.avaleenossa.org.br .

Quinta no Bosque
Um dos eventos mais queridos da Unesp Bauru está de volta no segundo semestre. Três alunos se responsabilizaram por montar o calendário e convidar as bandas para tocar no bosque. O programa de rádio do Quinta na Bosque também voltará à ativa (clique aqui e ouça a última edição do programa). Durante todo o segundo semestre, o Greve Não é Férias irá informar sobre as apresentações culturais do Quinta no Bosque. Fique Ligado!

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Mais informações sobre o debate com o MST



Cliquem no box para ampliá-lo e poder ler o conteúdo com mais nitidez.


Grupo de Discussão
Amanhã, dia 28 de agosto ocorre um GD em frente à biblioteca sobre a campanha organizada por diversas entidades (entre elas o MST) chamada "A Vale é Nossa", que visa fazer um plebiscito popular em defesa da reestatização da empresa Vale do Rio Doce.
Compareça e entenda mais sobre esse assunto!
O GD começa às 18h, em frente à biblioteca.

Integrantes do MST em debate na Unesp Bauru

Integrando a Jornada Nacional em Defesa da Educação Pública, que ocorre em vários locais do país, os estudantes da Unesp Bauru promoveram um debate a respeito do acesso à universidade no dia 23 de agosto último. Para discutir o assunto, foram convidados dois membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), além do professor doutor da Unesp Bauru, Maximiliano Vicente.

Opiniões
Reportando o panorama atual do processo de globalização, Maximiliano ressalta que, há vinte anos, os jovens almejavam algo que não necessariamente passava pela universidade, diferente do que ocorre na atualidade. “Hoje, o Ensino Médio passa pelo descrédito, ao passo que a universidade não é para todos. Assim, em uma sociedade capitalista, o curso superior acaba sendo excludente”, afirma o professor.

A exclusão e a marginalização das áreas rurais no que concerne à educação podem ser explicadas pelos militantes do MST Marcio José dos Santos e Eliete Virgínia dos Santos. Os irmãos, que entraram no movimento juntamente com a família, sabem como é difícil alguém do campo ingressar na universidade pública. Marcio questiona os programas governamentais de acesso à universidade. “No campo, não há sequer uma política de erradicação do analfabetismo, por exemplo. Além disso, se não houvesse os movimentos de base, provavelmente a situação estaria bem pior”, argumenta ele.

Escola Itinerante
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 30% dos analfabetos encontram-se em ambiente rural. Para modificar o quadro, Marcio comenta que o Movimento dos Sem-Terra tem um programa de educação dentro dos assentamentos desde 1984. Um desses programas é a Escola Itinerante, que completou 10 anos em 2007. Com linha pedagógica baseada em teóricos como Paulo Freire, a Escola Itinerante não possui estrutura física, por conta da mobilidade dos militantes.

A estudante Eliete, que pretende cursar Psicologia, já participou da Escola Itinerante. “Lá o professor conhece a realidade do educando, colocando uma visão diferente da sociedade”, diz a militante. Ela relata que as escolas do MST contam com vários cursos, que inclui militância aliada a outras atividades, como o incentivo ao hábito da leitura.

O debate, que reuniu cerca de 30 pessoas, teve duração de duas horas e foi realizado na cantina principal da Unesp-Bauru.

Tatiana Aoki

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Em breve, fotos e mais informações sobre o debate ocorrido na Unesp.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Jornanda Nacional em Defesa da Educação Pública

De 20 a 24 de agosto de 2007, diversas entidades organizam a Jornada Nacional em Defesa da Educação Pública, que ocorre em várias universidades do país. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) é um dos principais articuladores do movimento.

O projeto consiste em organizar ocupações, eventos culturais e discussões integrando a comunidade universitária a membros de organizações sociais.

Bauru
A volta às aulas na Unesp Bauru só ocorreu no dia 20 de agosto, portanto, não houve tempo para o movimento estudantil organizar a Jornada no campus. Mesmo assim, na reunião do CEEUB (Conselho das Entidades Estudantis da Unesp Bauru), ocorrida na última segunda-feira, foi decidida a organização de uma mesa de debates com o tema "Acesso à Universidade".

A mesa contará com membros do MST local, professsores, alunos e funcionários da Unesp e será realizada hoje (23 de agosto) às 17h30, na cantina da FEB. Compareça ao debate e fique mais interado sobre os problemas que a maioria da população tem para fazer um curso em universidades públicas.

Mais informações

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Ele se foi...

José Aristodemo Pinotti (DEM) se demitiu do cargo de Secretário do Ensino Superior do Estado de São Paulo, como foi divulgado na mídia durante a última semana.

Desde quando assumiu o cargo, no início do ano, Pinotti fez papel de fantasma: não se pronunciava e não aparecia, enquanto a maior polêmica do governo Serra girava em torno de sua pasta.

Em seu lugar entra o presidente do Conselho Superior da FAPESP, Carlos Vogt. Talvez uma estratégia de Serra para dizer que o Ensino e a pesquisa não estão separados.

Deixem suas opiniões sobre a estranha demissão.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Alunos da Unesp Bauru se reúnem com reitor

No último dia primeiro de agosto, o reitor da Unesp, Marcos Macari, reuniu-se exclusivamente com estudantes do campus de Bauru para discutir o aumento de bolsas alimentação e a construção dos blocos da moradia estudantil na cidade.

Os recursos para as bolsas e para a construção da moradia totalizam 4 milhões de reais. Segundo Macari, se a emenda que tramita no Senado Federal for aprovada ainda em 2007 (o que disponibilizará 14 milhões a mais para a Unesp), as obras em Bauru começam neste ano. Caso contrário, Macari submeterá a construção da moradia à aprovação no Conselho Universitário (significando início das obras apenas em 2008).

Os alunos informaram que o reitor reclamou da falta de representação estudantil nos órgãos colegiados. Os estudantes falaram sobre a realização do Congresso Estudantil que irá eleger a nova chapa do Diretório Central dos Estudantes (DCE). O Congresso ocorre nos dias 28,29 e 30 de setembro, em Bauru.

Foi pedida ao reitor uma ajuda financeira para as entidades estudantis de Bauru. Macari solicitou que os estudantes enviem um projeto para a reitoria para que ele verifique quanto será possível liberar.

Estiveram presentes, além do reitor, os estudantes Luiz Augusto e Murilo (Dadica), Silvio e Marília (Dacel), Alexandre, Celso e Fuinha (Dafae).

Congresso
As discussões sobre o Congresso, ocorrem na segunda-feira, dia 20/08, na reunião do CEEUB, no prédio dos centros e diretórios acadêmicos, às 17h30.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

É hora de regularizar!

Na última reunião do Conselho das Entidades Estudantis da Unesp de Bauru (CEEUB), realizada na segunda-feira, dia 16 de julho, foi discutido um tema muito importante, a regularização dos centros e diretórios acadêmicos.

Atualmente existem cinco centros acadêmicos ativos:
-Cacoff (Centro Acadêmico de Comunicação Florestan Fernandes)
-Cama (Centro Acadêmico de Matemática)
-Cafca (Centro Acadêmico Flávio Carvalho - Arquitetura)
-Capsi (Centro Acadêmico de Psicologia)
-Capf (Centro Acadêmico Paulo Freire - Pedagogia)

Também existem três os diretórios acadêmicos:
-Dafae (Diretório Acadêmico da Faculdade de Engenharia)
-Dacel (Diretório Acadêmico César Lattes - FC)
-Dadica (Diretório Acadêmico Di Cavalcanti - FAAC)

Das oito entidades estudantis, apenas duas estão regularizadas, possuem CNPJ, e têm possibilidades de adquirirem mais recursos da universidade.

Solução

Foi proposto pelo Alexandre, do Dafae, a seguinte idéia: disponibilizar o contador que presta serviços ao Dafae para todas as entidades que precisam ser regularizadas. Desse modo, seria organizada uma reunião para que os estudantes conversem com o contador e corram atrás de toda a papelada necessária para colocar as entidades em ordem.
Pede-se que três voluntários de cada entidade entrem em contato com o Ceeub pelo e-mail ceeub@yahoogrupos.com.br ou nas reuniões que ocorrem toda segunda-feira, no prédio dos centros e diretórios acadêmicos.
A greve nos ensinou que não conseguiremos nada sem organização.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

As promessas de Macari

Mesmo com atraso, o reitor da Unesp Marcos Macari chegou a tempo de participar da Congregação das três faculdades do campus de Bauru, ontem, dia 12 de julho. As portas foram abertas a todos os estudantes que quiseram participar. Após quatro horas de reunião, o reitor prometeu três "presentes" que serão dados ainda este ano para o nosso campus. São eles:

-laboratório de engenharia mecânica para a FEB;

-laboratório de madeira para a FAAC;

-bloco de salas de aula para a FC.

Os professores da FC presentes na Congragação protestaram com relação ao "presente" que receberam. Disseram que o bloco de salas de aula será usado pelas três faculdades do campus e que eles precisariam com urgência do laboratório de Biologia. Para eles, o reitor disse: "agüenta aí, talvez venha mais verba extra e todos os problemas serão resolvidos". Docentes de diversos departamentos reclamaram da falta de verba para a contratação de professores.

Moradia Estudantil

Com relação à contrução dos prédios da moradia estudantil, Macari disse que há "90% de chances, para não falar 100%" das obras serem iniciadas ainda em 2007. Segundo o reitor, o senador Eduardo Suplicy irá encaminhar uma emenda parlamentar para a liberação de verba do MEC para a construção em Bauru. Caso a promessa do reitor seja realmente verdadeira, dois prédios serão feitos, com a capacidade de alojarem 32 pessoas cada.

Outros pontos

Macari reclamou da pouca verba que tem para gerir a Unesp, mas disse que "a maré está favorável" devido ao crescimento econômico do país e à possibilidade de conseguir verba extra. Falou sobre a falta de representação estudantil no Conselho Universitário (o novo DCE da Unesp será eleito em agosto), mostrou-se contrário à greve estudantil, e disse que a Universidade não precisa ser crítica, e sim atender às demandas, ou seja, ele quer um ensino técnico profissionalizante. Disse que engenheiros e médicos não precisam fazer uma faculdade e sim um curso técnico. Além disso, Macari alegou que uma solução para a falta de verba da Unesp seria fechar cursos, mas que ele não teria coragem para fazer isso. Na hora de expandir se esqueceram dos custos, agora pensam em fechar cursos.

Cartaz feito para visita do reitor

terça-feira, 10 de julho de 2007

Importante

A reunião da Congregação das três faculdades com o reitor vai acontecer nesta quinta-feira e foi transferida para as 14h30, na sala 1.
É importante que os estudantes estejam presentes para conseguirmos negociar nossa entrada na reunião.
Os estudantes vão se encontrar em frente à biblioteca às 13h30, para organizar a nossa participação.

Mais informações serão postadas amanhã.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Grupo de discussão sobre a visita do reitor a Bauru

Foram definidos o local e o formato da reunião estudantil que ocorre na terça-feira, 10 de julho, para discutir os atos a serem realizados na quinta-feira, dia 12, data da "visita" do reitor Marcos Macari ao campus de Bauru.

Foi escolhido o formato grupo de discussão por ser mais informal e por poder contar com mais pessoas. O GD será realizado em frente à biblioteca, às 18h.

Compareça e leve sugestões!

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Mais informações sobre a vinda do reitor a Bauru

A reunião das congregações das três faculdades da Unesp Bauru na qual o "magnífico" reitor Marcos Macari irá participar será realizada na sala 1, às 9h, no dia 12 de julho, quinta-feira.

Não há um assunto especial do qual o reitor irá tratar. Segundo o comunicado oficial enviado aos representates discentes da congregação, ele discutirá "assuntos diversos relacionados à Universidade".

O movimento estudantil se aproveitará disso para indicar a necessidade da contrução da moradia estudantil, do restaurante universitário, do laboratório de biologia, entre outras bandeiras históricas do campus de Bauru.

Estudantes

Os alunos do campus de Bauru articulam uma reunião para às 18h da terça-feira, dia 10 de julho, em que serão discutidos os modos de cobrança ao reitor. Não está definido o local e o formato (se será um grupo de discussão ou uma reunião do CEEUB).

Ainda não se sabe se a congregação será aberta aos estudantes. Mesmo que não seja, a presença de todos será muito importante para pressionar o reitor. Repassem essa notícia para o maior número de pessoas possível. Temos que mostrar ao "magnífico" que o movimento estudantil de Bauru está mobilizado.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Reunião com o reitor

Acaba de ser confirmada pela congregação da Faculdade de Ciências uma reunião com o reitor da Unesp, Marcos Macari, na próxima quinta-feira, dia 12 de julho, no campus de Bauru.

A reunião será uma congregação (das três faculdades) e em breve saberemos se os alunos terão voz e voto ou apenas os representantes discentes poderão se expressar.

O diretor da Faculdade de Ciências, Henrique Luiz Monteiro, afirmou sua posição favorável à contrução da moradia estudantil.

Os estudantes articulam uma reunião do Conselho das Entidades Estudantis da Unesp Bauru (CEEUB) para o início da semana que vem com o intuito de tirar uma posição estudantil sobre as cobranças ao reitor.

Mais informações serão publicadas neste blog.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Unesp Notícias Especial Greve

Ouça o programa Unesp Notícias especial sobre a greve. O programa, que é produzido por alunos dos cursos de Jornalismo e Rádio e TV da Unesp, foi ao ar hoje pela web-rádio Unesp Virtual.

Clique aqui para ouvir.

Manifestação cancelada

A manifestação que ocorreria nesta terça-feira, dia 03 de julho, foi cancelada. A decisão partiu da reunião do Conselho das Entidades Estudantis da Unesp Bauru, o CEEUB.

Isso ocorreu porque havia poucos estudantes presentes na reunião e a manifestação seria parecida com o flash-mob estadual contra os decretos, que foi realizado no dia 21 de junho. Ou seja, precisaríamos de, no mínimo, 100 estudantes.

O CEEUB decidiu cancelar o protesto para organizá-lo melhor. Assim que a data for definida, o Greve Não É Férias irá informar.

As reuniões do CEEUB ocorrem toda segunda-feira, às 18h, no prédio dos diretórios acadêmicos. Participe!

Grupo de Discussão

Hoje, dia 03 de julho, às 17h30, em frente à biblioteca, ocorre um grupo de discussão. Gostou do movimento de greve? Não gostou? Então venha discutir com a gente!

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Resultado da Congregação da FAAC

A 146ª reunião ordinária da douta Congregação da FAAC, realizada hoje (02/07), deliberou as seguintes propostas:

- A reposição das aulas será feita entre os dias 02/07 e 04/08, com flexibilidade para os alunos que participarem de eventos relacionados aos seus cursos. Por exemplo, haverá encontros de Design e Arquitetura durante o mês de julho. Os alunos que apresentarem documentação comprovando a participação em tais eventos, terão as faltas do período abonadas.

- O período de férias dos estudantes da FAAC será entre os dias 05/08 e 19/08. Seguindo o mesmo calendário aprovado pela Congregação da Faculdade de Ciências;

- A representação estudantil registrou em ata o repúdio dos alunos da FAAC em relação à ação policial no campus da Unesp de Araraquara;

- Ainda foi aprovada por unanimidade uma moção de repúdio à ação policial referida acima, que será encaminhada pelo diretor da FAAC, Prof. Dr. Antônio Carlos de Jesus, a todas as Congregações da Unesp. Segue abaixo o documento:

Moção de Repúdio à Ação Policial em Araraquara

A Congregação da FAAC, em reunião ordinária realizada no dia 02 de julho de 2007, manifesta por unanimidade o repúdio à ação policial ocorrida durante o mês de junho na UNESP, Campus Araraquara, uma vez que repete uma prática autoritária que parecia superada pelo avanço do processo democrático.
Ressalta ainda, que a comunidade acadêmica da UNESP tem condições e deve garantir a Universidade como espaço público aberto permanentemente ao diálogo que, enquanto processo, nunca se esgota.
Assim, confia que ações dessa natureza, que criminalizam movimentos sociais, não sejam toleradas e, sob hipótese alguma, justificadas.

Bauru, 02 de junho de 2007

Luiz Augusto Abílio Silveira Rocha
Representante Discente de Congregação da FAAC

domingo, 1 de julho de 2007

A greve acabou. E o blog?

Durante todo o período de greve, o blog Greve Não É Férias, criado pela comissão de comunicação do movimento, foi uma ferramenta muito importante para manter a comunidade acadêmica e a imprensa local informadas sobre os desdobramentos que ocorriam no Estado de São Paulo, e mais especificamente na Unesp de Bauru.

Com 32.190 visitas desde sua criação, o Greve Não É Férias finalmente supriu a falha de comunicação que o movimento estudantil da Unesp de Bauru sempre teve. O blog nunca escondeu seu posicionamento, mesmo assim adquiriu um alto nível de credibilidade, chegando a ser citado nos meios de comunicação da cidade de Bauru e nos e-mails enviados aos alunos pelos diretores das faculdades.

A greve acabou, mas o movimento estudantil não vai desperdiçar o aprendizado adquirido com o blog Greve Não É Férias. Continuaremos utilizando essa forma de comunicação que se mostrou muito eficiente. Não sabemos se outro blog será criado ou se vamos manter o Greve Não É Férias, só temos a certeza de que o canal de comunicação do movimento estudantil da Unesp de Bauru continuará aberto.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Resultado da Congregação da FC

A estudante Ludmilla Rubinger participou da reunião da Congregação da Faculdade de Ciências e nos enviou o que foi discutido e decidido:

- CALENDÁRIO ESCOLAR – GRADUAÇÃO
Foi aprovada a proposta de calendário com início das aulas para o dia 02/07 (segunda-feira) e início de férias para 06/08 (segunda-feira) até dia 18/08. Dessa forma, serão duas semanas de férias em agosto (período em que serão feitas matrículas, adequações e confirmações). Além disso, também NÃO haverá necessidade de aulas em janeiro. Com relação às férias dos docentes e idas a Congressos, viu-se a possibilidade de serem tratados caso a caso.

- REPRESENTAÇÃO DOCENTE JUNTO AO CONSELHO UNIVERSITÁRIO DA UNESP
Foi aprovada por unanimidade a realização de eleição para representante docente da FC no Conselho Universitário (votam somente docentes).


- CALENDÁRIO DE REUNIÕES ORDINÁRIAS DA DOUTA CONGREGAÇÃO DA FC
A próxima reunião da Congregação ocorrerá no dia 05/07.


Observações

Durante a reunião, a representante discente destacou alguns pontos:
  • A estudante não defendeu nenhuma posição concreta com relação ao calendário proposto, pois isso não foi discutido em nenhuma assembléia estudantil, portanto, ela não se sentia apta a representar todos os alunos, mas salientou a importância das aulas serem repostas com qualidade;
  • Sobre a questão das faltas e prejuízos com relação a provas e trabalhos aplicados em período de greve, os alunos devem entrar com recurso, pois assim, este passaria pela coordenadoria do curso, pela comissão de ensino e pesquisa e por fim, chegaria à Congregação (a estudante pediu uma postura mais forte do diretor - como a cobrança aos professores "fura-greve"-, mas ele disse que essa seria uma medida muito impositiva;
  • Os professores não concordaram com a postura da FEB de realizar um calendário à parte. Os alunos da FEB que se sentirem prejudicados, devem entrar com recurso.
FEB e FAAC

A diretoria da FEB alegou já ter convocado uma reunião conjunta (os professores da engenharia negaram veementemente tal convocação) e disse que já está com o seu calendário pronto.
A congregação da FAAC será realizada no dia 02 de julho, às 14h, na sala dos órgãos colegiados (próxima à seção de graduação) e será aberta a todos. Participe para que seus direitos sejam respeitados!

Bauru na reunião do Comando de Greve Estadual

Ontem, dia 28 de junho, o comando de greve estadual se reuniu na cidade de Araraquara para discutir os movimentos de greve nas estaduais paulistas e os balanços que cada campus das três universidades fez.

Dois carros e uma van saíram de Bauru no início da manhã de ontem para participar do comando. Segundo os estudantes da Unesp de Bauru que participaram da reunião, o encontro foi importante para saber as peculiaridades de cada campus, tanto no aspecto de contrução da greve, como nas necessidades estruturais.

Ato

Depois disso, foi discutido e votado um ato na Rodovia Washington Luis. As cerca de 130 pessoas presentes fizeram uma passeata pelas ruas da cidade, até chegarem na avenida, uma das mais importantes de Araraquara. Houve um impasse: alguns manifestantes queriam ficar na praça ao lado da avenida para dialogar com a população e outra parte queria parar o trânsito da via (de pouco em pouco tempo). Resultado: dois grupos se dividiram e fizeram as duas coisas.

Os integrantes da Unesp de Bauru ressaltaram a importância da reunião e do ato para a união do movimento estudantil em nível estadual.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Avaliações possíveis do Movimento Estudantil sobre o fim da greve

Entramos na greve com uma pauta de reivindicações séria, que parte das nossas necessidade cotidianas, discutida em assembléia e perfeitamente concretizável.

Precisamos, todos, da humildade de aprender com a História

Em 1999 e 2000, os estudantes da UNAM (Universidad Nacional Autônoma do México) "cruzaram os braços" numa greve de 10 meses, num árduo trabalho de cansar o governo. Estudantes foram presos e reprimidos. A greve, vitoriosa, mobilizou as diferentes classes da sociedade mexicana a favor dos estudantes, considerados heróis da resistência e da denúncia contra um governo opressor das classes mais pobres. Dez meses de greve para serem ouvidos - e libertarem os presos políticos (estudantes) da maior mobilização mexicana dos últimos tempos. A história se repete ou se assemelha muito em diferentes partes do mundo na contemporaneidade, em especial no tocante às formas de repressão nas sociedades democráticas (vejam a ação policial em Araraquara contra os manifestantes).
Talvez por maior consciência política e participação das massas, talvez por estarem em condições materiais piores do que as nossas hoje, os estudantes mexicanos resistiram no tempo mobilizados. E nós, quanto tempo estaríamos dispostos a nos mobilizar para cansar o governo? O quanto isso é ou deve ser prioridade nas nossas vidas?

Professores, funcionários e peculiaridades desta greve

Professores entraram na greve este ano a reboque da ocupação dos estudantes da reitoria da USP. Em Bauru, iniciaram a greve impulsionados pela mobilização estudantil. Saíram da greve com o mesmo reajuste salarial obtido desde o princípio - 3,37%. Os reitores, temendo uma grande greve devido à questão dos decretos, ofereceram de início um reajuste maior que o cogitado pela categoria inicialmente.
Então, em benefício sobretudo dos funcionários, professores reivindicaram 3,15% de reajuste mais uma parcela fixa de R$200. Peculiaridade desta greve e que poucos sabem, a questão salarial não foi o principal ponto dos professores. A briga era pela Universidade pública no Estado, e o estopim foram os decretos do Serra. Talvez esta tenha sido a razão da desmobilização da categoria docente, em sua maioria: a briga não era pelo bolso. Professores da USP aceitaram o Decreto Declaratório e voltaram às aulas. Em Bauru, professores não tiveram suas reivindicações atendidas. E voltaram às aulas devido à pressão dos professores que não estavam sensibilizados com a causa da Universidade no tocante à questão dos decretos.
Funcionários conseguiram um reajuste de cerca de R$30 por mês, para aqueles que ganham R$1000, por exemplo - lembrando que o piso salarial é de R$800.

Baderneiros não cansam, governo não dorme

Quanto aos estudantes do movimento, dois posicionamentos predominaram. Alguns acreditavam que, por mais justa e estratégica que pudesse ser a greve, o Comando de Greve perderia muito mais tempo e energia em tentar persuadir professores e estudantes do campus que não respeitam as Assembléias e furam a greve do que mobilizaria pessoas em torno do que realmente seria importante numa greve: criar estratégias de pressão, organizar atos públicos e negociar com as autoridades. Logo, a greve se faria inviável.
Outros acreditavam que, à medida que não havíamos conseguido o que queríamos de forma satisfatória, não deveríamos deixar a greve.
Na Assembléia Estudantil da última segunda, no entanto, era consenso que, com greve ou sem greve, a mobilização continuaria de outras formas.

Nosso pós-greve e convite à participação dos estudantes

E assim é: os estudantes deixaram a Assembléia já criando novas maneiras de continuar com o movimento. A capacidade de se renovar é fundamental e estamos trabalhando nisso em Bauru e em todo o Estado.
Estaremos em Araraquara amanhã (quinta, 28), para a reunião do Comando Estadual de Greve que vai se transformar, com o eventual fim das greves, no Comando Estadual de Mobilização.
Faremos um flash-mob na próxima terça-feira em Bauru.
Continuaremos atuando com as Comissões (Finanças, Comunicação, Atividades...).

É bom saber

Unicamp, Ourinhos, Rio Claro e USP São Carlos ainda estão ocupados.
A greve estudantil continua em algumas unidades da Unicamp e em alguns campi e cursos da Unesp, bem como na USP São Carlos e USP Ribeirão.

Intervenção Artística na Assembléia

Quem compareceu ao anfiteatro “Guilhermão” na última terça-feira para participar da assembléia unificada com certeza tomou um susto ao ver cinco pessoas estáticas, sentadas em carteiras estrategicamente posicionadas embaixo de sacos plásticos que soltavam gotas de água nas cabeças dessas pessoas.

Havia palavras pintadas nos corpos dos manifestantes, como “utopia”, “interesse”, “educação”, “Unesp”, entre outras. A idéia da intervenção surgiu dos próprios “personagens”, que explicam que a manifestação não tinha um caráter fechado. “É uma manifestação simbólica. Cada um que está aqui (na assembléia) pode interpretar os diversos elementos do jeito que quiser”, disseram os integrantes em uma espécie de entrevista em grupo.

A estudante Beatriz Costa Rangan interpretou o ato como uma demonstração de passividade. “Eu vi a queda da água como a queda dos problemas. Eles caem nas cabeças das pessoas e elas se mantêm apáticas, assim como o menino ficou, olhando para o nada”.

Já Leandro César de Oliveira teve outra impressão.“Eles estavam sentados, passando por uma tortura”, comenta o estudante.

Uns acharam fantástico, outros não entenderam, mas a intervenção artística fez com que os participantes da assembléia pensassem, pelo menos um pouco, sobre o papel que exercem na universidade.

E você, o que achou?

Participantes da intervenção: Sarah Carvalho, Thaís Luquesi, Felipe Matos, Andrea Martins e Emiliano.

Fotos: Andressa Borzilo