segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Eleição por assembléia, uma grande mudança

No fim das contas, o décimo oitavo CEUF serviu para fazer uma grande mudança no estuto: a eleição por assembléias de base.

Com o antigo modo de eleição por chapas, com urnas sendo passadas de campus para campus, algumas injustiças aconteciam. Fraudes e vantagens para quem tivesse o melhor aparato eleitoral para percorrer o Estado em um mês de eleição eram as principais. Porém, também há a possibilidade de "racha" no DCE e burocratização com o método de assembléias de base.

A ex-membro do DCE e militante da Esquerda Marxista, do PT, Juliana Leitão, afirma que há dificuldades em eleições organizadas por assembléias de base. "Fica muito desfragmentado. há muita chance de dar errado", diz.

Já a independente Natália Mantovan acredita que, deste modo, "o DCE vai representar o movimento estudantil", já que cada campus terá o seu representante no DCE.


O que faltou no CEUF 2007 foi a discussão dos critérios eleitorais para a eleição do DCE. Esses pontos foram prorrogados para o CEEUF (Conselho das Entidades Estudantis da Unesp e Fatec), que ocorre em Franca, nos dias 27 e 28 de outubro.

Apesar da excessiva demora para votar assuntos menos importantes durante a assembléia, o processo eleitoral está encaminhado e, no meu modo de ver, de maneira mais justa.

Alberto Cerri

9 comentários:

J.Silva disse...

Pra mim, o CEUF foi uma grande decepção, salvo o debate sobre socialismo do século 21, no sábado. Até a plenária final, estava indo até que tudo bem.

Mas a nossa falta de capacidade de organizar a plenária fez com que muito da discussão dos GDs de sábado fosse em vão.

Diversas alterações no estatuto discutidas nos GDs sequer foram colocadas em votação na assembléia. Mas, como já disse, o que ocorreu não foi nenhuma "manobra" como muitos teóricos da conspiração adoram dizer, mas simplesmente falta de capacidade de organizar assembléias.

Uma grande falha foi não termos feito uma consulta prévia ao Código Civil, o que deixou o debate sobre alteração do estatuto muito confuso. Acabamos tomando um caminho sem saber se é realmente o caminho "legal", o que dá várias brechas pra impugnação.

Daí, decidimos protelar a discussão pro CEEUF em Franca, quando devíamos sair com as diretrizes agora em Bauru

A culpa não é de A, B ou C, mas de todos nós. Precisamos nos preparar melhor para assembléias.

Anônimo disse...

Esse CEUF foi um grande circo organizado pelo PSTU e pela LER-QI, o PSTU levou “pau” em quase todas as votações, mostrando como eles são ruins e estão cada dia mais longe da base com sua política sectária. A assembléia que decidiu por aqueles delegados que com problemas no credenciamento, foi uma grande manobra dessas duas forças, votaram por campus a solução dos problemas. No caso de alguns alunos do campus de Marilia, não puderam passar sobre avaliação da assembléia, só porque eles representavam outra força, além disso, esse negocio de força sempre foi determinante na UNESP.
Os estudantes independentes foram engolidos por essas duas forças, que confundem democracia com democratismos, onde tudo era motivo de votação.
Um pouco de centralismo não faz falta a ninguém e nem representa “passar por cima da assembléia”. A 1º mesa esta totalmente desmoralizada na assembléia, tanto que foi destituída, bem, acho isso foi a melhor coisa que o PSTU fez, a menina do PSTU a qual não lembro o nome coordenar os trabalhos da mesa.
Se DCE da UNESP, for a expressão dessas duas forças, será tão pouco representativo, fruto delas que construíram esse CEUF, que foi extremamente esvaziado.

J.Silva disse...

Mano, que mané manobra, não viaja..

Anônimo disse...

Não acho que a plenária foi tão desorganizada assim.
A primeira mesa estava realmente muito ruim, mas como os próprios membros admitiram, eles não tinham muita experiência para isso. A segunda mesa foi muito bem.
Acho que quando a gente crítica a orgnização, ou mesmo a atuação de pessoas em mesa, tem que levar em conta que ninguém é "prosissional" que são tarefas muito complicadas.

Quanto as deliberações da assembléia, discordo que as questões de conjuntura não sejam importantes. Acho absurdo querer discutir organização de forma descolda da realidade, e se a gente não sabe como o movimento estudantil, representado ali por seus delegdos, se posiciona em relação a realidade política e socio-econômica, fica muito complicado estabelecer o que queremos de um DCE.

Também não gostei da resolução de definir os tramites das assembléias de base em um congresso de entidades, atrasando mais ainda a organização do DCE e jogando para entidades, decisões que poderiam ter sido tomadas ali por um conjunto muito mais representativo de estudantes.

Mas optar por um DCE menos burocrático, com uma estrutura mais maleavel e que permite um contato e controle muito maior dos próprios estudantes sobre o DCE foi um grande avanço.


Discordo completamente de quem critica a forma como estatuto foi modificado. Brechas pra impugnação? Como se impugna a ação real dos estudantes? Durante a greve e ocupações no início do ano, tanto a Unicamp quanto a USP possuiam DCEs eleitos de forma tradicional, respaldados por seus respectivos estatutos e eles foram completamente ignorados pelo ME de verdade.

Luiz Augusto Rocha disse...

As deliberações com relação ao DCE e ao estatuto foram as seguintes:


1. Assembléias de base elegem os membros do DCE (e não por chapa como era antes);
2. Não será eleito nenhum DCE provisório;
3. Marcado um CEEUF (Conselho das Entidades Estudantis da Unesp e Fatec) para os dias 27 e 28 de outubro, em Franca, que decidirá os critérios para eleição do DCE;
4. O DCE terá caráter deliberativo;
5. É necessário ter 25% dos campi (e não 50% como determinava o estatuto) para chamar um CEUF;
6. Os campi desmobilizados não terão necessidade de quorum mínimo para elegerem delegados.

De todo não foram perdidos os 18 mil reais gastos na organização do XIX CEUF. Entretanto, permaneceu em mim a impressão de que o objetivo central deste evento não se concretizou. As discussões acerca da reforma estatutária e a reestruturação do DCE foram adiadas mais uma vez. Avanços foram conquistados: aquela sensação de manobra que pairava no ambiente em outras ocasiões não se constatou aqui; desta vez a plenária final não se dissolveu, nem se explodiu o congresso; o diálogo que tive com delegados de outros campi foi uma experiência muito enriquecedora. Em suma, preciso de mais algum tempo para fazer uma avaliação mais elaborada sobre o processo. Desde já, digo que a impressão maior foi de decepção, reinou a incoerência e a negação de que existe um conjunto de relações já estruturadas no mundo “lá fora”. Depois eu escrevo mais.

J.Silva disse...

Concordo com o Goiaba (Luis Augusto)

Como se impugna a ação real dos estudantes? Basta alguém entrar com um mandato de segurança na Justiça, contestando a legalidade do DCE que indicou os representantes no Conselho Universitário.

J.Silva disse...

E, na boa, discutir "bandeiras" quando se tem um caminhão de coisas básicas do movimento estudantil pra se discutir é "brincar de Che Guevara", como disse nosso amigo Homero.

Anônimo disse...

Acho que os CEUF´s tinham que acontecer sempre em Bauru, é mais perto pra todo mundo fica mais fácil de mobilizar, e tbm é o campus mais agradável. A maioria da galera vai ter atravessar o estado inteiro até chegar à Franca. Valeu galera de Bauru pela hospitalidade....

Anônimo disse...

Parabéns M.E. de Bauru pela organização do CEUF! Infelizmente não tive carona para dar um pulo aí, mas, de todo modo e apesar dos problemas, entendi como um grande avanço essa retomada dos fóruns organizativos do m.e. unesp/fatec de novo.

Muito legal a idéia de continuar usando o blog grevenaoeferias como boletim informativo do Congresso! Minhas saudações a todos que viabilizaram toda realização... que imagino que deva ter sido bem difícil.

Pingu
Usp, Unesp...!